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"Se um grifo não consegue se destacar no jogo, um gato não vai conseguir"

-jogador de um personagem cavaleiros dos céus, sobre o comentário do Mestre de que o gato da maga não estava tendo muito destaque nos jogos


Por Zell
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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Lemas














Em outro post abordei a temática de juramentos, para melhor ambientar organizações.

Agora vou falar sobre lemas e o quanto eles podem passar uma ideia aos PJs.


Lemas ou Bordões

Primeiramente, o Mestre pode pensar tanto em um lema, uma frase oficial para uma organização, região ou família nobre ou em bordões que tornaram-se populares.

Por exemplo, nas Crônicas do Gelo e do Fogo (Game of Thrones), cada família nobre importante possui um lema, seu dito oficial. Os Stark possuem “o inverno está chegando” enquanto os Lannister tem como lema oficial o “ouça-me Rugir!”. Porém, enquanto o lema Stark mostra bem as características da família, ligada ao norte e seu temor e respeito pelo inverno, o dos Lannister é mais uma frase altiva (que combina bem com uma família orgulhosa), mas não é mais conhecida que outro bordão.

“Um Lannister sempre paga suas dívidas” é um bordão recorrente nos livros, e dizem mais sobre a família do que o próprio lema.




Passando ideia com uma frase, mas usada sutilmente

Então após pensar em frases que serão lemas ou simples bordões, o Mestre pode usá-las para ir aos poucos apresentando aos jogadores uma organização, indivíduos ou família. Quando Personagens Jogadores forem contratados por um nobre Lannister que já os prejudicou em outra ocasião, podem ficar desconfiados de aceitar o trabalho deste nobre, mas quando ele disser “vocês sabem, um Lannister sempre paga suas dívidas”, terão uma ideia melhor sobre a família, agora parecendo ser rica o suficiente para se circular uma frase dessas por aí.

Encontrar um guerreiro que não se intimida facilmente, mas comenta “garoto, sou das Ilhas de Ferro, e digo o que está morto não pode morrer... mas volta a se erguer, mais duro e mais forte”, demonstra que vem de uma região mais feroz, brutal.





Assim, não use essas frases de impacto em demasia. Se quer que o grupo futuramente se depare com inimigo membro de uma organização poderoso, comece bem antes a colocar NPCs que usem um mesmo bordão sobre essa organização, que passe ideia do seu poderio.

Claro que lemas ou bordões não são o único meio de ir criando uma atmosfera sobre algo ou alguém, ainda existem recursos clássicos como NPCs menores envolvidos indiretamente com esse algo ou alguém (um mercenário encontrado em uma taverna que certa hora comenta sobre como foi traído pelo tal Barão se o Mestre que passar que este último é traiçoeiro, ou uma jovem sacerdotisa que elogia muito o Grão-Vigário, caso o Mestre pretenda fazer deste uma figura muito falada pelo reino). Porém, este parece ser um jeito mais sutil, ou em último caso, mais um a se somar à gama de ferramentas narrativas dos Mestres.




E pra quem pensava que o blog estava morto: o que está morto não pode morrer, mas volta a se erguer, mais duro e mais forte.



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Matheus Jack

Mestre de RPG, cosplayer, historiador, apaixonado por filmes.

Considera-se um quase-nerd, embora o citado, e mais o blog, deixe em dúvida o quão "quase" é.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Posição social e como torná-la evidente

Ao longo dos jogos encontra-se personagens do Mestre (NPCs) de variadas posições sociais. Nobres, comerciantes, plebeus, membros do clero, cada grupo destes possui diferenciações consideráveis, e estas deveriam ser evidentes aos jogadores.

Contudo, é difícil pensar em muitas maneiras de diferenciar um Barão de um plebeu, um alto-sacerdote de um comerciante de obras de arte. Es se post apresenta sugestões de como trabalhar isto.

Vestimenta

A primeira forma é aquela que deveria ser a mais vísivel: a vestimenta.

Simplesmente olhar para um indivíduo deveria ser o suficiente para estipular com um certo grau de precisão de que grupo social ele é. Um nobre vestirá roupas pomposas e de variadas cores, feitas com tecidos finos como seda, enquanto um plebeu usará roupas de poucas cores (e provavelmente escuras) feita de tecidos baratos e de fácil acesso, como algodão ou lã.

O tingimento de tecidos na Europa medieval e moderna era algo caro, dai tecidos coloridos ficarem restritos à nobreza e, mais raramente, a grandes comerciantes. Tecidos de lã e couro, mais escuros, por sua vez, sempre foram mais baratos e de fácil acesso.

Contudo, o Mestre pode detalhar ainda mais a questão da vestimenta. Ao invés de narrar aos jogadores que nobres genericamente se vestem com o citado anteriormente, pode diferenciar de acordo com o grau de nobreza, o título possuído. Um lorde ou nobre se vestiria com roupas de seda em variados tons, já Condes e Marqueses teriam detalhes em fios de ouro e prata ornamento suas vestes, alem de fivelas na cintura e sapatos feitas de ouro puro. Duques, Príncipes e Reis ou Imperadores, por sua vez, teriam variadas jóias ornamentando suas vestes, como pequenos diamantes em mantas, grandes anéis de rubis ou safiras nos dedos, e outros adereços como bengalas, mantos ou colares e coroas.

Com isso, conforme a importância, renome e prestígio de um nobre (bem como sua riqueza), mais pomposa seria sua forma de se vestir, e isso se ria notável apenas ao olhar. Inversamente, um nobre facilmente perceberia quem é plebeu, e o trataria da forma que julga adequada (desprezando-o, exigindo reverência, etc.).



Tratamento

A segunda forma, e a que provavelmente é a primeira que nos vem a cabeça quando se trata de diferenciar indivíduos de grupos sociais distintos em sociedades medievais, são as formas de tratamento.

Enquanto os PJs dos jogadores e a maioria dos plebeus são chamados pelo nome, por “seu Fulano” ou no máximo por “senhor algo”, nobres tem formas de tratamento específicas, conforme seu título e posição. Em localidades onde a lei seja mais severa, ou onde a posição sociais seja mais importante, chamar um nobre de forma inadequada pode ser tratamento como uma infração legal, e tratá-lo desrespeitosam ente pode até mesmo ser punido como um crime.

O Mestre pode inventar formas de tratamento específicas para seu mundo de jogo, diferenciando-as por reinos ou regiões, ou quem sab
e por raças. Mas vou dar exemplos utilizando o padrão da Europa medieval.

Um lorde deveria ser tratado por senhor (em parte devido a origem da palavra, já que se notarem, Lord em inglês é “senhor”), em locais onde seja considerado um título ou posto (lembrando que na França, Alemanha e maioria dos reinos europeus não havia este título nobiliárquico, sendo mais comum na Inglaterra ). Já um Barão ou Conde deveria ser chamado de honorável, assim como filhos de marqueses, enquanto principes e princesas são altezas, reis como majestade ou majestade real, e imperadores por majestade imperial.

Como citado, pode haver variações entre reinos e culturas. Na Alemanha, Condes eram tratador como alteza ilustríssima, enquanto alguns Duques na Espanha eram tratados por excelência. Pode haver até mesmo títulos diferentes, como Dom de Portugal e Espanha, o Kaiser da Alemanha, o Faraó do Egito, o Xá da Pérsia, o Czar da Rússia ou o Khan da Mongólia.
O Mestre pode exigir testes dos jogadores para usar as definições adequadas, conforme as perícias, conhecimentos, talentos ou o que for no seu sistema.

Toda essas formas específicas de tratamento se devem ao desejo de todo nobre de não ser rebaixado. Um Marquês quer ser chamado pelo tratamento adequado, para ficar evidente que ele é não é um Barão, título de menos prestígio. Da mesma forma, um Marquês não vai ver com bons olhos se for tratado como se tivesse um título nobre maior, pois outros nobres que soubessem disso poderiam considerar arrogãncia de sua parte, e a influência entre a nobeza é uma moeda de troca que nenhum nobre deseja perder.

De qualquer maneira, estas são as formas digamos “formais” de se tratar, mas no cotidiano podem não ser corriqueiras. Contudo, um aspecto sempre importante se tratando da nobreza é a questão da família.

Um nobre, independentemente de quem seja ou o papel que exerce na localidade ou reino, é antes de tudo membro de uma importante família. Assim, ao chegar em uma cidade os PJs dos jogadores podem ouvir falar com frequencia um sobrenome, citando que “Beldevun Restenveinn é um bom prefeito, quase tão eficiente quanto Sigred Restenveinn” e que tal ponte foi constr
uída por “Ilev Restenveinn” e logo percerão que essa família detem influência e podeer na localidade.

Imagine a frustração dos PJs ao descobrir que as provas que tem sobre um certo Barão de nada adiantam, pois o Conde que é até mesmo rival dele não está disposto a comprar briga com a influente família do Barão.

Isso se os PJs chegarem pedindo auxílio pro Conde chamando-o de “Honorável Conde Stilven” e abaixando a cabeça e tronco em reverência, senão provavelmente já iriam pro calabouço pela “ousadia”.


Reverência

Um Barão exige que a população abaixe a cabeça quando este passa, enquanto para um Marquês deve-se também abrir os braços. Já um príncipe espera que os plebeus também inclinem o corpo, mostrando sua posição inferior diante de tal destacado indivíduo. Reis esperam que ajoelhem-se diante de sua presença.

Diferenciações de reverência também ajudam a diferenciar indivíduos.

Os PJs podem chegar a capital de um reino distant e e desconhecido, e ter de abaixar-se pois um nobre está apenas passando por ali. Descumprir não apenas atrairá o desgosto do nobre (como citado), mas também a desaprovação da população, que pode tanto temer o nobre, como provavelmente respeitá-lo, pois uma das características das populações de períodos medievais (definindo a grosso modo) é a aceitação de seu papel e posição na sociedade.

Novamente, o Mestre pode diferenciar as reverên cias conforme a sociedade e cultura.

Em culturas orientais por exemplo, a reverência é mais destacada, sendo que plebeus diante de príncipes, reis ou imperadores, devem ajoelhar-se por completo e inclinar totalmente o corpo, além de nunca poder tocar a alteza ou majestade. A própria inclinação de corpo em cumprimento, ainda comum no japão e amplamente conhecida, possuía regras específicas conforme os indíduos que estão cumprimentando-se mutuamente, havendo a ver certos graus específicos de inclinação.

Muitos historiadores consideram que a monarquia francesa rui de vez quando o rei Luís XVI, fugindo de Paris, foi reconhecido em uma cidadezinha e, para ser capturado, foi tocado pelos plebeus, o que era considerado um ato extremamente ofensivo e ousado.

Xerxes, rei da Pérsia que invadiu a Grécia (visto no filme 300), exigia que servos seus abaixassem-se a sua frente para que eles os píssasse e nunca tocasse a terra, pois considerava-se uma divindade que não deveria sujar-se com o pó e sujeira do chaõ do mundo.

Também é conhecido o gesto de beijar a mão de indivíduos de alta posição clerical, como cardeais e o papa, e o mesmo poderia valer em várias religiões de mundos fantásticos.

Já em reinos com aspecto militar destacado, pode haver reverências específicas a altos militares (que na Idade Média costumavam ser membros da nobreza), como a conhecida continência, ou o cumprimento romano de mão ao peito.

Enfim, são muitas possibilidades, e quanto mais o Mestre quiser, mais pode inventar.

Outras utilizações

O post auxilia o mestre a conseguir diferenciar posições sociais, mas também permite também pensar em outras abordagens pra questão.

Primeiramente, o Mestre poderia destacar membros muito influentes e de prestígio na sociedade, quando os jogadores notar que eles se destacam (seja pelas vestes, tratamento ou o que seja) do até então encontrar. Em outras palavras, se os PJs até então encontraram Lordes e Barões vestidos com ropas de tecido fino, terão se impressionado, mas o impacto será ainda maior quando encontrarem um Marquês com as vestes cravejadas de jóias, pois mesmo os nobres menores encontrados até então, parecerão mal vestidos diantes da pompa destes indivíduos.

Se os PJs viram várias vezes servos chamando Barões de “excelentissimo senhor” antes de falarem com eles, verão o quão importante é o principe quando “sua alteza” for seguido de uma até mesmo exagerada reverência, os servos quase ajoelhando-se no chão (ou realmente o fazendo).

A idéia é seguir mais ou menos o que este post apresenta.

Em segundo lugar, pode-se usar os elementos apresentados em aventuras.
Imagina que os jogadores recebam a clássica aventura de escoltar uma caravana até uma cidade distante. No meio do caminho são atacados por um grande grupo de assaltantes, e descobrem que o carregamento trás apenas metros e metros de tecido fino, ou roupas confeccionadas por um alfaite distante. Talvez os PJs não se sintam tão propensos a arriscar sua vida por uma futilidade como vestimentas, mesmo tendo sido pagos. Não seria o mesmo que proteger um carregamento de alimentos.

E se um dos PJs tivesse adquirido um título nobre após anos de aventuras e serviços prestados a um rei. Provavelmente ele não gostaria de ser tratado como um simples plebeu, e veria o outro lado da questão.

Portanto, são muitas as possibilidades de como tornar evidentes as posições sociais de uma sociedade. Este post quis apenas evidenciar algumas destas possibilidades, e espero que tenham gostado.