
Contraste cultural
Da mesma forma que chegar em um reino distante e usar as mesmas moedas dificulta o trabalho que o Mestre pode estar tentando realizar de passar uma imagem deste reino ser bem diferente do que os PCs conhecem, ouvir Julk, o taverneiro de um vilarejo do interior do reino de Kurash, dominado por orcs, falando com os PJs fluentemente (apesar do sotaque) elimina uma possibilidade interessante.
Minha sugestão é limitar o idioma comum a regiões urbanas (onde a educação é mais acessível e difundida) ou a indivíduos com estudo (clérigos, padres, nobres, e talvez até comerciantes de médio ou grande porte). Então se os PJs chegarem na capital de um reino não teriam maiores dificuldade em se comunicar, vender os espólios de aventura ou cantar a garçonete da taverna. Agora conforme rumam pra vilarejos no interior do reino, onde camponeses formam a grande maioria da população e estudo é um privilégio de poucos, até pedir uma informação pode ser difícil quando eles não falam o idioma local.
Utilizações possíveis
Os jogadores poderiam ter de integrar uma importante relíquia que comprova que um nobre é um filho do rei, mas no reino o idioma utilizado é dos descendentes dos magocratas que governaram a região há milênios. Convencer o rei da legitimidade do nobre já seria difícil por si só, mas sendo os PJs estrangeiros, e não conseguindo falar o idioma local, seria menosprezados (claro que o rei e a nobreza falam o comum, mas dariam bola pra alguém que desconhece o nobre idioma do reino?).
E se os jogadores

E algo simples como encontrar um contato que disse “me encontrei na Taverna do Dragão na cidade de Vulvek”, se tornaria bem difícil se os habitantes locais não falassem nenhum dos idiomas do personagem não é? “Como será taverna no idioma deles, e dragão?”
O paladino do grupo recebeu uma gloriosa proposta de ingressar para uma ordem da cavaleiros de renome mundial, mas sabe que as provas de aceitação são realizadas somente no idioma que o fundador da ordem, o grande Balle Barba Rala falava. O pior, o idioma é utilizado somente em cerimônias religiosas e está extinto há séculos, e se aprendê-lo será uma jornada e tanto, encontrar alguém que possa ensiná-lo será uma empreitada à altura.
E uma esperada e bem planejada aventura de piratas começa! Os aventureiros se preparam com mantimentos para navegação, conseguiram um mapa do tesouro e aceitaram a proposta do Capitão Sturgg Olho de Cobra para levá-los até a ilha caso aceitem trabalhar no navio, mas iniciada a viagem vêem que não será fácil se comunicar com o bando de piratas sujos e mal educados cujas falas repletas de gírias, termos náuticos e palavrões se tornou praticamente um idioma à parte. E certamente a dificuldade de compreensão também tornará quase impossível pros aventureiros notarem que o capitão planeja traí-los e que estão se metendo em uma emboscada!

Mas se usado com moderação, o grande número de idiomas pode ser um bom meio de esboçar culturas e povos diferentes, e de destacar itens, aventuras e personagens, e o jogo só tem a ganhar!
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