O Inimigo Mora ao Lado

Quando o Mestre pensa nos inimigos que irá criar para os PJs, costuma pensar em um NPC com características chamativas, uma organização com uma hierarquia complexa, ou mesmo em objetivos bem definidos. Aliado a isto tudo, podemos pensar em fazer do inimigo alguém próximo ao PJ ou aos PJs. Digamos que o objetivo do inimigo do grupo de PJs seja matar o rei, pois o monarca ordenou que incendiassem o vilarejo onde morava a família deste inimigo. Temos um vilão interessante, com metas

Leia mais...

Bater ou Correr... Morrer é uma escolha ?

Perder um personagem, perder algo que tu criaste, desenvolveu uma história em cima dele, escolheu cada ponto para que ele ficasse como você o imaginou e de repente perdê-lo no desenrolar da história. É, isso não é nada animador, principalmente quando se está jogando com ele há muitas sessões e então o que fazer ? Algumas coisas desse gênero são abordadas nessa matéria aqui, mas o que eu quero realmente tocar hoje são todos os acontecimentos que levaram a essa morte com mais profundidade....

Leia mais...

Sistemas: Savage Worlds

Savage Worlds é um sistema que abrange uma gama de possibilidades para os jogadores e o mestre pois o processo de geração de base de personagens é um sistema baseado nas competências e características de cada um, sem classe e progressões de níveis pré-determinadas. Nesse aspecto se assemelha a “Mutantes e Malfeitores” sistema de domínio d20. Só que claro, mais voltada para a parte de Super Heróis e comics. Mas esse é um dos únicos conceitos semelhantes, ao resto se difere. O melhor do sistema é que ele também é reproduzível em qualquer cenário e isso incluí medievais, renascentistas, modernos, futuristas e atuais....

Leia mais...

Livro dos Monstros - Você realmente precisa disso ?

Monstros: Ah sim eles são esplendorosamentes terríveis. Alguns tem escamas, caudas, asas, 3, 4, 100 olhos, habilidades sobrenaturais, psíquicas, controle de elementos e as mais variadas formas distintas que podemos imaginar. Ah sim podemos imaginar, mas realmente precisamos de uma apêndice de monstros com características totalmente definidas com Nível de Desafio estipulado e tudo mais ? Você talvez deva estar pensando que sim, mas....

Leia mais...
Procure no Escudo

Receba atualizações!

http://3.bp.blogspot.com/-Zz9JlQmWp3k/TjGQ-9ykVII/AAAAAAAAApc/1ApqLW-VlYs/s1600/PEROLA+DO+ESCUDO.png


"Se um grifo não consegue se destacar no jogo, um gato não vai conseguir"

-jogador de um personagem cavaleiros dos céus, sobre o comentário do Mestre de que o gato da maga não estava tendo muito destaque nos jogos


Por Zell
Mostrando postagens com marcador justiça. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador justiça. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Justiça e Lei em mundos medievais

Assassinato ou roubo são considerados crimes, mas em mundos de fantasia medieval muitas outras coisas podem ser. Pirataria, não prestar reverência a um nobre, ou blasfêmia podem ser considerados crimes gravíssimos conforme a época, a sociedade, e o cojunto de leis vigente.
Neste post vou explanar brevemente a utilização de lei e ordem em mundos de fantasia medieval, partindo de exemplos da Terra.
O peso da nobreza

Um plebeu é acusado de assassinar um padre, e está sendo perseguido por toda a cidadela. Quando está na saída da localidade chegam agentes oficiais afim de prendê-lo, mas o pai do garoto, um nobre renomado discute com o agente encarregado. Apesar da insistência do agente em prender o criminoso, deixa o local e a punição por estar diante de um nobre.

Por mais estranho que possa parecer essa cena, retirada do filme Cruzadas, a justiça medieval (mas não somente ela) dava preferência a nobres e indivíduos de destaque na sociedade. A simples palavra de um nobre tinha peso de lei, e para um plebeu questioná-la seria sujeitar-se a uma possível punição.

Grosso modo, a sociedade medieval estipula que nobres representam a realeza. Assim, em uma cidadela aquele que aplica a lei rege a justiça será o nobre com maior título de nobreza, seja Barão, Conde, etc. Qualquer problema na localidade terá como juiz este nobre, e esteja sua decisão baseada em um conjunto de leis ou não, será o veredicto final e inquestionável.

Embora a maioria do conjunto de leis em sociedade medievais não estivesse estipulada em documentos, Constituição ou similar, sendo embasados na tradição, eram amplamente conhecidas, e quebrá-las possuía punições severas. Qualquer plebeu sabe que roubar o fará levar chicotadas em praça pública, mas sendo a justiça medieval protecionista em se tratando da nobreza, os plebeus também saberão que roubar um nobre provavelmente terá punições mais severas, provavelmente a morte.

Em jogo, o Mestre poderia pensar em situações onde os Personagens dos Jogadores chegam em localidade e deparam-se com leis incomuns, advindas do capricho de um nobre local. Um determinada cor pode ser proibida de ser utilizada em vestes, sob alegação de manter a paz pública armas podem ser proibidas (forasteiros devendo entregá-las a milícia enquanto estão na localidade), etc.

Quem não lembra de Guilherme Tell que é capturado e punido por não reverenciar o chapéu de um nobre como este último estipulara? Ou o visto no filme Coração Valente, onde o rei inglês estabelece o direito de primae noctis sobre os escoceses, onde uma aldeã deveria passar a primeira noite antes com o nobre da localidade, do que na lua-de-mel com seu marido?


Cógido de Leis

Como citado anteriormente, leis medievais estão assentadas na tradição, no costume. Mesmo que um nobre crie um novo decreto e o apresente em praça pública, com o passar dos anos será passado oralmente, conhecido pelas gerações através do costume de se cumprir o exigido ou não violar a lei estipulada.

Ainda assim, é possível se pensar em conjunto de leis, conforme a cultura de um reino. O Código de Hamurábi data de quase 20 séculos antes de Cristo, e ja trazia suas leis gravadas em pedra, conhecidas e consultáveis. Séculos depois, ter leis gravadas em tábuas foi uma exigência da plebe romana justamente para poder depender menos da palavra e interpretação dos nobres (patrícios), que moldavam a lei, julgamente e punições conforme sua vontade.

Os PCs poderiam chegar em um reino distante que passa por uma crise social, onde a plebe realiza revoltas constantemente afim de exigir que as leis sejam fixas e gravadas, podendo ser consultadas. Os aventureiros podem envolver-se em questões judiciais, ou ajudar ofensivas dos aldeões contra os nobres, ou ainda trabalhar para a nobreza infiltrando-se nos pequenos grupos políticos que organizam as revoltas. Além disso, os aventureiros poderiam descobrir os motivos que levaram às revoltas, vindo a saber que quando o Conde local mandou chicotear uma criança por estar ter tropeçado na rua e exigido a passagem da carruagem nobre, a população revoltou-se com a acusação de “interferência na livre passagem nobre” e passou a exigir que se soubesse que leis deviam seguir.
Lei de Talião

Outra forma de se destacar sociedades diferentes, seria o Mestre etipular reinos e regiões onde a lei máxima é a chamada Lei de Talião. Particularmente, seria interessante aplicá-la em localidades em constante guerra, ou até mesmo mais bárbaras e rústicas.

A Lei de Talião não deve ser considerada bárbara ou atrasada (em verdade surgiu para evitar justiça com as próprias mãos e vinganças sem fim), apenas tem um caráter cru interessante para diferenciar dos reinos mais burocráticos que os PCs provavelmente estão acostumados. Afinal, a idéia do olho por olho, dente por dente parece mais uma vingança quando conhecida vagamente, e quando os PCs descobrissem que na cidade onde estão alguém está sendo enforcado por ter matado outra pessoa, direta e simplesmente, sem toda uma burocracia ou julgamento, mostra mais crueza.

Porém, o Mestre poderia fazer que conforme os PCs conhecessem essas sociedades, veriam que poderia a ver uma existência maior de regras. Por exemplo, o já citado Código de Hamurábi apresenta uma preocupação com a responsabilidade profissional, e talvez os PCs vejam com certa estranheza (ou achem justo) quando descobrirem que alguém sendo enforcado é um arquiteto que construiu mal uma casa e esta desabou, matando alguém dentro.

Outras idéias

Há muitas outras idéias para quando se trata de pensar na justiça de um mundo de fantasia medieval, e as leis nele existentes. O Mestre pode pensar em diversas possibilidades, e diferenciar sociedade e culturas através disto também é uma boa forma de ambientação.
Pensar que uma caça às bruxas costuma ter como punição a fogueira não nos é algo novo. Agora imaginar que o meio utilizado para descobrir se uma acusada é ou não uma bruxa é jogá-la no rio amarrada em pedras (se afundar, devido ao peso dos males cometidos, é uma bruxa), já muda bastante a questão.

Ainda pode-se pensar em punições diferentes conforme o grupo social dos envolvidos. O mesmo crime pode ser punido severamente se causado por um plebeu ou nobre, enquanto leis proibem casamento entre eles, por exemplo.

A escravidão pode adentrar na reflexão. O escravo é considerado uma posse, objeto, como na sociedade romana? Se sim, se um escravo fizesse algo errado, seu dono deveria ser acusado e punido, pois o escravo não age ou responde por si próprio, não é um cidadão.
As possibilidades são muitas.