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"Se um grifo não consegue se destacar no jogo, um gato não vai conseguir"

-jogador de um personagem cavaleiros dos céus, sobre o comentário do Mestre de que o gato da maga não estava tendo muito destaque nos jogos


Por Zell

sábado, 16 de julho de 2011

Religião III - utensílios religiosos

Após vermos como detalhar a hierarquia religiosa, e como fazer de diferentes ordens e organizações também meios de tornar mais vívidas as religiões, na terceira parte dessa série vamos detalhes religiões através dos utensílios religiosos.

Afinal, quem não se lembra do símbolo de fé que é usado para afugentar vampiros, ou do símbolo religioso estampado na veste de Cruzados?


Símbolo e identificação

O primeiro elemento de utensílio religioso que se pode usar para detalhar religiões é o que seria o símbolo máximo de uma.

A cruz para o cristianismo, a Estrela de Davi para o judaísmo; no cenário Tormenta o Arco&Flecha de Glórienn ou a Espada&Martelo de Keenn; no cenário Forgotten Realms o Punho Negro soltando Raios de Bane ou a Moeda com a Face de Tymora. Todos esses são exemplos reais ou fantásticos do símbolo máximo de uma religião.

Pense em como uma religião ou culto poderia ser identificado somente por seu símbolo, que seria carregado como broches por seus clérigos, talhado no escudos dos paladinos, além de, provavelmente, ostentado nos templos, seja acima da torre, na porta de entrada, etc.

Imagine que o símbolo de religiões mais difundidas seria bem mais conhecido do que a que representa uma divindade menor ou de uma religião isolada. Então os jogadores identificariam o sacerdote de um deus muito cultuado sem dificuldade, as descobrir a quem o templo em ruínas é dedicado através do símbolo ostentado pode exigir bastante sabedoria (e quem sabe alguns testes) do clérigo, bardo, mago ou sábio em geral do grupo. Quem sabe descobrir do que se trata o símbolo não se torne toda uma aventura?

Os símbolos, inclusive, poderiam ser um meio de criar estereótipos para os sacerdotes e as religiões como um todo. Ao ver um clérigo ostentando A Folha Verde de uma divindade da natureza, o guerreiro do grupo já resmunga “se formos realmente contar com ele, já sabem não é, nossa estratégia arranca-tronco já era!”

Por fim, se tratando de símbolos religiosos, como citei rapidamente alguns parágrafos atrás, seria interessante se pensar em variações da localização do símbolo de acordo com o grupo religioso em que é usado. Clérigos o trariam como broches, correntinhas ou presilhas, enquanto paladinos, ou cavaleiros ou membros de ordens bélicas em geral, trariam o símbolo nos escudos ou nas capas (como os templários), e assim por diante. Ordens monásticas poderiam ter suas próprias versões, como capas com símbolo bordado.

Mas vamos pensar em outras possibilidades. E se os cavaleiros de uma ordem de Kanon, Deus da Guerra, tatuassem o símbolo sagrado – Punho Fechado em Chamas – em alguma parte visível do corpo? E se os sacerdotes de alguma religião que tem uma cruz como símbolo, fizessem o punhal de suas espadas maiores, fazendo com que a própria arma se tornasse símbolo (a lâmina da espada seria o braço maior da cruz, enquanto o punhal o braço menor, horizontal)?


Objetos característicos

O segundo ponto que caracterizaria uma religião, seriam objetos característicos usados pelos sacerdotes.

Estes elementos também ajudariam a identificar um clérigo por sua religião, criar estereótipos, e tudo quanto citado, mas além do símbolo, serviriam como uma diferenciação, uma identidade mais mundana.

Se todos os membros da Sagrada Ordem da Fé Divina são conhecidos por trajar longos mantos com capuz que cobrem-lhe o corpo e metade do rosto, seria interessante notá-los em uma localidade, mesmo que não trouxessem nenhum símbolo caricatura ou grandioso de sue religião. Imagina os jogadores tentando entender porque aquele grupo de guerreiros carecas instalado nos arredores de uma cidade, e que passam treinando com espadas o dia inteiros, não são carecas por elemento cultura, um reino distante ou algo assim, mas por serem membros de uma ordem religiosa que julga que para o combate a mente deve estar limpa e clara, e o guerreiro calma e consciente, e essa clareza é representada pela... careca!

E falando em representação, entramos em outro ponto que julgo importante: o significado dos objetos.

É interessante que o Mestre (ou os jogadores, se ajudam a criar elementos pro cenário de campanha, o que é bem interessante!) pense no significado quem um objeto ou utensílio religioso em geral tem para os devotos. Pode ser algo simples e vago (“o manto representa humildade”) ou um simbolismo complexo, como o exemplo dos carecas, ou o quipá dos judeus, que representa também a humildade, mas como – simplificando – um tipo de “lembrete” aos devotos, para que não esqueçam que há algo acima deles.

Outro simbolismo complexo a se pensar, e saindo dos objetos carregados por sacerdotes, e indo por usados em cerimônias religiosas, é a hóstia e vinho cristãos, que representam o corpo e sangue de Cristo, respectivamente. Uma religião fictícia de um mundo de jogo, de divindade guerreira, poderia ter cerimônia de nomeação dos clérigos que representa a vitória da divindade sobre um poderoso inimigo, e assim o novo sacerdote dar um mergulho em uma grande bacia, representado o suor derramado pela divindade na difícil batalha, e cortar o cabelo que até então trazia longo, representando o sacrifício corporal da deidade na batalha (e o cabelo agora curto do clérigo, é um símbolo característico da religião).

Os objetos e simbolismos também pode ser uma representação histórica, como a cruz dos cristãos que remete à morte da importante figura religiosa para esta religião, Jesus Cristo. Assim, pode-se pensar que o Leão estilizado trazido por um grupo de clérigos, embora não pareça ter muito a ver com seus dogmas, é uma herança de quando venceram uma difícil batalha e derrubaram um monarca que proibida essa divindade em seu reino, permitindo que ela se espalhasse a partir de então.

Uso de utensílios religiosos

Chegamos então ao uso não apenas simbólico, de fé e representação dos utensílios religiosos, mas à utilização prática.

Vamos pensar em objetos que poderiam ter também seu significado para a religião, mas que tem uma utilização prática, como usar o símbolo sagrado para afugentar vampiros ou exorcizar alguém (o expulsar morto-vivos em geral).

Mestres e jogadores poderiam criar utensílios que se tornaram sagrados, ou que são representativos de uma religião, simplesmente pelo uso freqüente por sacerdotes (são objetos comuns e práticos, portanto, mas que passaram a ser associados à religião). Pensem nos púlpitos de Igreja, que nada mais são que bancadas de discurso, ou em água benta talvez.

Mas indo além, pensem nos livros sagrados, famosos por serem carregados pelos clérigos para cima e para baixos, ou nas velas ou incensos, utensílios presentes em muitas religiões, também característicos e associados à fé e devoção. O altar poderia se diferenciar bastante em divindades do bem e mau, água ou fogo, natureza, guerra, vida ou amor.

Talvez um cajado que só sacerdotes de alta posição na hierarquia eclesiástica possam usar (como o cajado do papa), ou um tipo de boina, gorro ou chapéu (também lembrei do papa). Talvez algo mais peculiar, como um aspersório, tipo de mangual cuja esfera é oca e traz ágüe benta dentro, e o quanto seria útil.


Conlusão e idéias soltas

Poderíamos pensar em muitas outras possibilidades para incrementar as religiões dos cenários de campanha utilizando utensílios religiosos, como pensar em 2 cultos bastante distintos, mas a uma mesma divindade, que usam símbolos parecidos, mas diferenciados. Esses símbolos, embora diferenciem-se em estética, são essencialmente a mesma coisa, pois há séculos esses dois cultos eram um único, tendo separado-se após desentendimento.

Imagina um culto a uma divindade do sono ou dos sonhos (como Morpheus da mitologia grega) e a importância que teria objetos corriqueiros como uma cama ou leito, ou quem sabe o quanto cada clérigo devoto de um deus da forja valorizaria ter suas próprias ferramentas.

A própria bigorna poderia ser permitida de ser utilizada somente por clérigos desta divindade, e imagina toda uma aventura em torno de transportar uma até uma cidade vizinha que após muita requisição às autoridades, conseguiu que um templo-forjaria fosse aberto.

Por fim, lembro que qualquer exemplo citado a religiões existentes, é apenas para exemplificação e não se pretende ofender qualquer uma destas, ou seus devotos. Da mesma forma, os exemplos são rápidos e diretos, e portanto simplificam bastante toda a gama de significados que elementos da fé e religião possui, mas isto também não visa ofender ninguém, e sequer explicar estes elementos.



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