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"Se um grifo não consegue se destacar no jogo, um gato não vai conseguir"

-jogador de um personagem cavaleiros dos céus, sobre o comentário do Mestre de que o gato da maga não estava tendo muito destaque nos jogos


Por Zell

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Indo além dos estereótipos

Lendo o post do Erick sobre como fugir dos estereótipos, tive a idéia de escrever como se pode utilizar justamente tais estereótipos para fazer personagens diferentes, não precisando pensar em algo muito diferente (leia-se: bizarro).

Estereótipos são um bom aprendizado

Primeiramente, me parece que os estereótipos dos personagens são uma boa maneira de os jogadores aprenderem como interpretar, como agir da maneira que o personagem agiria, e não como eles, jogadores, o fariam. Isso ocorre, porque estereótipos já possuem uma gama de referência úteis para os jogadores usarem de base ao interpretar.

Se um jogador tem um anão guerreiro que usa machado como personagem, ele pode pensar em diversas situações como Gimli do Senhor dos Anéis agiria, ou se o Flint de Dragonlance se importaria em deixar os amigos para seguir seu próprio caminho. Mais que apenas copiar esses ícones, é aproveitar-se do quanto eles foram desenvolvidos em diversas mídias, que dá uma segurança ao jogador a agir como um anão guerreiro “tradicional” agiria.

Em suma, como o Erick definiu “eles tem uma curva de aprendizagem bem mais fácil além de terem sido exaustivamente testados por outros jogadores [...]”.

Porém, concordo com ele que, tais personagens (e os que vou citar ao longo do post) “são muito lugar comum”. Os próprios jogadores com o tempo poderiam se sentir enjoados ao estarem jogando com “mais um anão guerreiro que usa machado, bebe cerveja e fica resmungando”, ao invés de um “lutador que usa uma arma gigantesca, cria asas de sombra quando se enfurece, e é o último membro de uma raça renegada”.

Porém, o quão difícil é jogar com um personagem assim tão exótico?

Inovar mantendo a base conhecida

Assim, um bom meio de inovar, de criar personagens diferenciados, ao meu ver, seria aproveitar-se desses estereótipos, e da segurança que eles propiciam, sem deixar que eles limitem a criação.

Em uma antiga campanha, um jogador me sugeriu um guerreiro anão que muito me agradou. Ele manteve os clássicos elementos da raça de fantasia medieval, porém diferenciando-as o suficiente para deixar o personagem interessante.


O anão era membro de um clã, e valorizava-o muito, até ai nenhuma novidade. Porém, o tal clã estava decadente, e mantinha mais um respeito pelo passado do que influência ou poder na atualidade, sendo cada vez mais relegado a “enfeite” nas decisões da sociedade anã. Aí entrou o motivo para o PJ se aventurar (ponto que os jogadores geralmente subutilizam): ele saiu do reino anão e partiu pelo mundo para realizar feitos heróicos e grandiosos, para enaltecer o nome do clã, mostrando ser ainda muito ativo e criador de indivíduos poderosos, quanto para conquistar poder e riquezas para retornar ao reino e liderar o clã.

A partir disso, o personagem se mostrava menos impulsivo que o normal da raça, pois tinha um plano a longo prazo, e sabia que o que buscava não viria de modo fácil, quanto por considerar-se um exemplo do clã, e tudo que fizesse refletiria para esse. Assim, o anão não costumava reclamar demais (pois mesmo que discordasse, achava que traria imagem negativa), e, acreditem, até maneirava nas bebedeiras!

O mesmo poderia se pensar de elfos arqueiros. Ao invés de fazer um Legolas com outro nome (ou nem trocando o nome, como um jogador fez certa vez, em uma antiga campanha), pense em como diferenciá-lo dos milhares de outros elfos com tal estereótipo.

E se o motivo do elfo ter se tornado arqueiro seja porque era um completo fracasso usando espadas? E se ele tem uma rara doença que o está deixando cego com o passar dos anos, e o motivo de se aventurar é buscar cura para isso e, inclusive, fazê-lo ser mais mau-humorado que o esperado para um elfo? Ou ainda um elfo arqueiro selvagem, que veste-se com trapos e cheira mal por viver como um animal, longe do aspecto galã do Legolas.

Que tal um anão guerreiro, que tenha aprendido a lutar para atuar como guarda-costas ou capanga de uma guilda familiar, estilo gangsters, onde os anões valorizam tanto a raça, que são capazes de atos nada bondosos para “o bem da família”.

Claro que são pequenas diferenciações, nada que ainda vai tirar a visão de “um arqueiro elfo”, mas que ao longo o jogo provavelmente ajudarão a tornar o personagem diferenciado, personalizado, enfim, único.

Inovar bastante

O que expus acima é quando o desejo de se diferenciar demais pode trazer elementos demasiadamente exóticos à mesa. Assim, da mesma forma que o post citado do rpgdomestre cita um meio de fazer um ninja apenas modificando pequenos elementos de um guerreiro, penso em modificador alguns pontos dos estereótipos para ter uma diferenciação agradável.

Com o tempo, sem dúdiva chutar o balde e fazer personagens bem diferenciados será uma experiência e tanto. Jogadores mais experientes utilizarão bem personagens com descendência demoníaca, de raças elementais, filhos do imperador dragão, último membro de uma cultura extinta, etc.

Mas justamente achar que inovar é somente ter uma raça incomum ou uma arma diferente, como pode parecer inicialmente, é o que me parece deixar de aproveitar possibilidades maiores de variação.

1 comentários:

concordo, criei um anão que decidiu parar de beber rsrs

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