O Inimigo Mora ao Lado

Quando o Mestre pensa nos inimigos que irá criar para os PJs, costuma pensar em um NPC com características chamativas, uma organização com uma hierarquia complexa, ou mesmo em objetivos bem definidos. Aliado a isto tudo, podemos pensar em fazer do inimigo alguém próximo ao PJ ou aos PJs. Digamos que o objetivo do inimigo do grupo de PJs seja matar o rei, pois o monarca ordenou que incendiassem o vilarejo onde morava a família deste inimigo. Temos um vilão interessante, com metas

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Bater ou Correr... Morrer é uma escolha ?

Perder um personagem, perder algo que tu criaste, desenvolveu uma história em cima dele, escolheu cada ponto para que ele ficasse como você o imaginou e de repente perdê-lo no desenrolar da história. É, isso não é nada animador, principalmente quando se está jogando com ele há muitas sessões e então o que fazer ? Algumas coisas desse gênero são abordadas nessa matéria aqui, mas o que eu quero realmente tocar hoje são todos os acontecimentos que levaram a essa morte com mais profundidade....

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Sistemas: Savage Worlds

Savage Worlds é um sistema que abrange uma gama de possibilidades para os jogadores e o mestre pois o processo de geração de base de personagens é um sistema baseado nas competências e características de cada um, sem classe e progressões de níveis pré-determinadas. Nesse aspecto se assemelha a “Mutantes e Malfeitores” sistema de domínio d20. Só que claro, mais voltada para a parte de Super Heróis e comics. Mas esse é um dos únicos conceitos semelhantes, ao resto se difere. O melhor do sistema é que ele também é reproduzível em qualquer cenário e isso incluí medievais, renascentistas, modernos, futuristas e atuais....

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Livro dos Monstros - Você realmente precisa disso ?

Monstros: Ah sim eles são esplendorosamentes terríveis. Alguns tem escamas, caudas, asas, 3, 4, 100 olhos, habilidades sobrenaturais, psíquicas, controle de elementos e as mais variadas formas distintas que podemos imaginar. Ah sim podemos imaginar, mas realmente precisamos de uma apêndice de monstros com características totalmente definidas com Nível de Desafio estipulado e tudo mais ? Você talvez deva estar pensando que sim, mas....

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"Se um grifo não consegue se destacar no jogo, um gato não vai conseguir"

-jogador de um personagem cavaleiros dos céus, sobre o comentário do Mestre de que o gato da maga não estava tendo muito destaque nos jogos


Por Zell

terça-feira, 12 de junho de 2012

Abismo dos Monstros: Fantasmas






Retornando o Abismo dos Monstros com uma criatura mais que conhecida: fantasma.

Mas inicio avisando que utilizarei de exemplos criaturas vistas em diversas mídias que nem sempre são fantasmas, mas que possuem poderes ou abordagens tão similares que os considerarei. Pensem no demônio que possui em O Exorcista... Não seria perfeitamente um fantasma?

Por fim, outra observação de quem o assunto fantasma poderia ser imensamente expandindo, pensando nos poderes (poltergeist, possessão, etc.) e tantas coisas. Porém, vou me ater a questão de criação do background para utilizar um fantasma como meio de colocar um monstro mais desenvolvido como adversário aos PCs.



Histórico e Motivação

Para mim o ponto mais importante ao se utilizar um fantasma como antagonista dos Personagens dos Jogadores é seu histórico. Se o Mestre está procurando uma criatura para ter combates heroicos contra os PJs, não use fantasma. Mas se quer integrar um monstro com a aventura, envolver sua história, exigir que os jogadores investiguem e descubram mais sobre o mal que se opõe a eles... Bem Mestre, use fantasmas que estará fazendo isso certo.

Então se resolver usar um fantasma (ou mais, vai saber o nível de pavor que quer implementar), sempre crie um histórico para ele.

Comece pensando na motivação que possuía em vida. O que considerava importante na sua vida, o que fazia ou possuía que considerava parte de si. Pensando nisso ficará mais fácil pensar nos motivos que levaram à sua morte, quase sempre ligados às motivações pessoais do indivíduo. Então se era um executivo que se dedicava muito ao seu trabalho, tinha inimigos poderosos e foi assassinado, em uma trama que pode levar ao estilo espionagem. Se o homem valorizava a família, pode agora assombrar a mansão que permanece na família há gerações.

Porém, nada o impede de pensar em um acidente trágico, que pode interromper as motivações da pessoa em questão. Então um indivíduo era um ator que faria a grande estreia no maior teatro da cidade, como protagonista da peça, mas um incêndio repentino um dia antes da estreia matou-o e agora ele assombra o que restou do teatro.
De qualquer maneira, algum motivo tem de fazer com que a alma do falecido permaneça ligada a um local, objeto, ou mesmo pessoa.




Motivação distorcida: como os fantasmas veem o mundo

A motivação que possuía em vida, contudo, possivelmente ficará distorcida agora que o indivíduo está morto.

Se o fantasma era do citado homem que valoriza sua família, ele a assombra pois pensa que a está protegendo contra inimigos, ainda que estes que julga inimigos sejam todos que não pertençam diretamente a essa família. Assim o fantasma atacaria pessoas próximas e importantes pros seus descendentes, como esposas de seus netos, cunhados dos filhos, etc., parecendo a estes uma criatura vil e sanguinária, que contudo, segue uma versão difusa da motivação que possuía em vida.

Samara Morgan da série de filmes O Chamado não mata pessoas simplesmente por matar, o que ela quer é que a fita seja divulgada e sua história se espalhe, ou seja, que entendam seu lado da trágica história de sua família.

O que podemos pensar disso é que a experiência de morte é tão impactante e traumática, que o indivíduo perde noções de moral e de empatia. Assim, pode não perceber que está causando efeitos ruins nas pessoas que entra em contato, pois ainda se vê tentando fazer sua motivação. E quanto mais as pessoas se assustam com sua presença, tentam atacá-lo, e tudo mais, mais confuso (e talvez nervoso, triste, angustiado e, claro, raivoso) o fantasma fica.
 
Seria algo como os fantasmas do Sexto Sentido, que assustam o garoto quando aparecem, mas posteriormente ele descobre que estão tentando entrar em contato com ele.

Então o fantasma que valoriza a família em sua visão está protegendo-a, mantendo-a, quando mata “intrusos”, sem perceber que matar a esposa do filho não é lá muito bom. Imagine quando ouve este filho esbravejando sobre como “esta maldita família só traz coisas ruins” e como “gostaria de queimar essa maldita casa!”.

Ou imagine um homem que morreu protegendo a namorada de um assalto, e ainda permanece na casa dos dois, pois seu amor por ela era tanto que manteve-o preso a este mundo. Então esse fantasma vê sua amada diariamente, e como está triste com a perda do amado, e ele decide tentar entrar em contato com ela, dizer que está bem, etc., mas suas tentativas de contato a assustam, apavoram, pois para ela um fantasma a esta assombrando....

É amigo, até o filme Ghost é um bom exemplo.




Relacione histórico e permanência no mundo terreno

Após pensado no spoiler e em motivação do indivíduo (o que considerava muito importante em sua vida), a morte dele fará com quem o não cumprimento dessa motivação (ou desejo de continuar com ela), mantenha sua alma no mundo terreno, ao invés de seguir seu curso (seja qual for).

Aquele indivíduo que ia estrear como protagonista, citado anteriormente, desejava tanto ser um ator consagrado, que este desejo não-realizado fez sua alma permanecer no mundo, assombrando o mesmo teatro (agora ruínas e escombros) e atacando aqueles que surgem. Na visão deste fantasma, todos os intrusos são atores desejando roubar seu papel na peça magnífica por vir.

Evitando spoilers, darei exemplos que podem ser consultados, ou lembrados por quem já os viu. Supernatural tem diversos casos de fantasmas, com os protagonistas tentando descobrir a história que levou à morte da pessoa em questão (afim de descobrir um dos meios de derrotar a criatura, veja mais adiante), e os motivos dela assombrar o local.  Mas fantasma ligado a pessoas pode ser conferido no Atividade Paranormal, enquanto ligado a locais há inúmeros filmes que retratam que um assassinato terrível em uma casa torna-a mal-assombrada. Aliás, um dos livros mais sinistros que já li é  me o precursor dos inúmeros filmes cuja trama é uma família que se muda para uma casa que descobre-se ser mal-assombrada: Horror em Amityville.

Outro excelente exemplo é novamente Samara Morgan. Ainda que não seja um fantasma propriamente dito, o histórico dela é tanto magnífico, quanto necessário de se descobrir meios capazes de derrotá-la. Os 7 dias que ela demora para matar são o tempo que permaneceu no poço até morrer, e tantos outros detalhes que não vou citar.



Meios de derrotar fantasmas

Eu particularmente prefiro fazer com que fantasmas só possam ser derrotados resolvendo uma questão pendente que ele deixou de quando estava vivo, e que era muito importante. Se tentar feri-los com meios mundanos, será jogado pela parede, apavorado por gritos sobrenaturais ou mesmo ter o pesco retorcido (Reagan, é você?) ou possuído.

O melhor é que caso esteja enfrentando o fantasma daquele ator morto pelo incêndio um dia antes da estreia, seria preciso providenciar que o pintor colocasse o rosto desse indivíduo (possivelmente após coletar descrições de conhecidos), no quadro inacabado que encontraram no porão do antigo teatro. Quem sabe tentar assistir (e depois aplaudir, como que vislumbrado) uma das não-raras (mas ainda assim assustadoras) aparições do fantasma no que restou do palco, onde parece encenar algo embora pareça misturar peças, falas e situações de peças e papéis completamente diferentes.

Nada de itens mágicos ou meios aventurescos para resolver.

Porém, há quem goste de jeitos mais diretos de subjugar um fantasma. Sugiro que se crie uma maneira padrão de derrotá-los, algo como fraqueza dessa espécie de criatura, e seja sempre isso, porém difícil.

Um exemplo disto seria o que é feito no Supernatural: queimar os restos mortais de um fantasma sempre o levará a ter um descanso eterno. Assim, os PJs podem sempre tentar essa opção, mas ainda teriam as dificuldades de encontrar o túmulo do fantasma (sem contar coisas que no seriado já ocorreram, como os ossos não serem desse indivíduo).

Pense em algo nesse sentido, com o mínimo de elemento de ambientação, ao invés de armas mágicas serem capazes de atingir fantasmas.






Assim, pensando em uma motivação e como ela faz com que alguém falecido queira permanecer nesse mundo, terá um bom histórico. Com ele envolverá os jogadores, que aprenderão sobre a criatura com o intuito de achar um meio de derrotá-la.

Quem sabe os Personagens dos Jogadores não vejam o lado da criatura, e até se apiedem dela?






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Matheus Jack

Mestre de RPG, cosplayer, historiador, apaixonado por filmes.

Considera-se um quase-nerd, embora o citado, e mais o blog, deixe em dúvida o quão "quase" é.




segunda-feira, 11 de junho de 2012

Lemas














Em outro post abordei a temática de juramentos, para melhor ambientar organizações.

Agora vou falar sobre lemas e o quanto eles podem passar uma ideia aos PJs.


Lemas ou Bordões

Primeiramente, o Mestre pode pensar tanto em um lema, uma frase oficial para uma organização, região ou família nobre ou em bordões que tornaram-se populares.

Por exemplo, nas Crônicas do Gelo e do Fogo (Game of Thrones), cada família nobre importante possui um lema, seu dito oficial. Os Stark possuem “o inverno está chegando” enquanto os Lannister tem como lema oficial o “ouça-me Rugir!”. Porém, enquanto o lema Stark mostra bem as características da família, ligada ao norte e seu temor e respeito pelo inverno, o dos Lannister é mais uma frase altiva (que combina bem com uma família orgulhosa), mas não é mais conhecida que outro bordão.

“Um Lannister sempre paga suas dívidas” é um bordão recorrente nos livros, e dizem mais sobre a família do que o próprio lema.




Passando ideia com uma frase, mas usada sutilmente

Então após pensar em frases que serão lemas ou simples bordões, o Mestre pode usá-las para ir aos poucos apresentando aos jogadores uma organização, indivíduos ou família. Quando Personagens Jogadores forem contratados por um nobre Lannister que já os prejudicou em outra ocasião, podem ficar desconfiados de aceitar o trabalho deste nobre, mas quando ele disser “vocês sabem, um Lannister sempre paga suas dívidas”, terão uma ideia melhor sobre a família, agora parecendo ser rica o suficiente para se circular uma frase dessas por aí.

Encontrar um guerreiro que não se intimida facilmente, mas comenta “garoto, sou das Ilhas de Ferro, e digo o que está morto não pode morrer... mas volta a se erguer, mais duro e mais forte”, demonstra que vem de uma região mais feroz, brutal.





Assim, não use essas frases de impacto em demasia. Se quer que o grupo futuramente se depare com inimigo membro de uma organização poderoso, comece bem antes a colocar NPCs que usem um mesmo bordão sobre essa organização, que passe ideia do seu poderio.

Claro que lemas ou bordões não são o único meio de ir criando uma atmosfera sobre algo ou alguém, ainda existem recursos clássicos como NPCs menores envolvidos indiretamente com esse algo ou alguém (um mercenário encontrado em uma taverna que certa hora comenta sobre como foi traído pelo tal Barão se o Mestre que passar que este último é traiçoeiro, ou uma jovem sacerdotisa que elogia muito o Grão-Vigário, caso o Mestre pretenda fazer deste uma figura muito falada pelo reino). Porém, este parece ser um jeito mais sutil, ou em último caso, mais um a se somar à gama de ferramentas narrativas dos Mestres.




E pra quem pensava que o blog estava morto: o que está morto não pode morrer, mas volta a se erguer, mais duro e mais forte.



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Matheus Jack

Mestre de RPG, cosplayer, historiador, apaixonado por filmes.

Considera-se um quase-nerd, embora o citado, e mais o blog, deixe em dúvida o quão "quase" é.

domingo, 3 de junho de 2012

Mapa de Arton Detalhado



Estando eu me dedicando a produção de materiais pras minhas campanhas, terminei recentemente o mapa do Arton, do cenário Tormenta.

Fiz esse mapa baseado no oficial lançando com o Inimigo do Mundo, inclusive usando a mesma escala. As localidades e detalhes geográficos retirei da antiga série O Reinado (o antigo, em 3 livretos).

Tudo isso veio do fascínio que tenho por mapas (principalmente mundi), e pela necessidade em uma das campanhas que mestro de ter um mapa assim tão detalhado, visto que os oficiais do cenário são apenas políticos (com divisões dos reinos) ou puramente geográficos, mas nível macro, ou seja, sem detalhes de cidades, pequenos rios e florestas, etc.

O resultado é que, para um trabalho amador, penso eu, ficou bastante agradável. Por isso vim postar aqui para que outros jogadores que usem o cenário Tormenta possam também ter esse mapa caso vejam necessidade.

Por fim algumas considerações:

  • Quase todos os detalhes são retirados d’O Reinado ou de mapas oficiais do cenário. Ainda assim, há conflitos entre diferentes versões (como rios que aparecem no mapa de um reino, mas não no do reino vizinho). Tentei diferir o menos possível. E apesar de se basear em materiais já publicados esparsamente pelos autores, este é um trabalho não-oficial, amador, feito pra uma campanha e compartilhado no caso de uma possível utilidade a outros.

  • O pouco que alterei do oficial são a inclusão de algumas florestas em reinos que possuem uma vastidão de nada, e rios nas fronteiras de Namalkah, Yuden e Bielefeld, que não possuem qualquer divisão geográfica que delimite onde termina um reino e comece outro.

  • Desconsiderei a maioria das ruínas, incluindo apenas detalhes geográficos (florestas, montanhas, rios, etc.) e cidades.

  • Como peguei o mapa publicado no IdM como base, o tamanho é diminuto, o que dificultou a inclusão de alguns detalhes. Pensei em refazer com maior tamanho, mas como já estava adiantado no processo de edição, me dei ao luxo de ter preguiça e prosseguir assim...

  • Por fim, tomei a liberdade de criar estradas a partir do zero, considerando possíveis rotas comerciais que teriam como pontos de parada cidades importantes pro comércio (normalmente capitais). Para não criar muita coisa não-oficial nomeei apenas 2 das principais rotas e uma outra estrada secundária, considerando um pouco do histórico do cenário.

  • Não inclui Áreas de Tormenta, visto que são mais mutáveis.



Tamanho original:
http://www.4shared.com/photo/OFNUOFiK/Mapa_Reinado_Matheus_Jack.html




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Matheus Jack

Mestre de RPG, cosplayer, historiador, apaixonado por filmes.

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