Mas e como seria se optássemos por fazer dos Personagens dos Jogadores parentes?
Notei, contudo, que raramente (pra não dizer nunca) se criou um grupo inteiro com ligações de parentesco. O guerreiro ser irmão do mago (Dragonlance?) aqui, o ladino ser cunhado (ops) do ranger ali, mas todos os membros do grupo terem alguma ligação parental, maior ou menor, é algo incomum, mas com potencial.
Se 2 ou 3 PJs são irmãos, e os demais primos próximos ou distantes (ou mesmo tios, pais, etc., caso a diferença de idade permita), haverá um fator que une esses indivíduos todos e os faz cooperar entre si com maior facilidade. Claro que ainda tem de se pensar no porque vários membros de uma família seguiram carreira distintas, como um filho ser guerreiro, o outro ladino e o terceiro ido para uma escola de magia, mas trabalhar nessa questão pode ser até mais divertida do que ficar inventando desculpas para seu espadachim elfo festeiro e de espírito livre ter se tornado aliado de um anão rabugento que não gosta de barulho e festas.
A necessidade de que todos sejam da mesma raça é outro problema, mas contornável. Uns membros podem ser humanos, enquanto outros meio-elfos, sendo na verdade meio-irmãos, o que, inclusive, daria margens para história de vida bem complexa (e com ares de novela mexicana). Variações maiores, no entanto, realmente seria difícil se obter.
O interessante é que o parentesco não elimina o fator discordância do grupo. Não é porque o outro membro é seu irmão que você vai gostar dele sempre tentar ficar com a parte maior do tesouro da aventura, e o ranger ser seu primo e ter brincado com você na infância não faz você gostar dele estar sempre tão distante e indiferente a assuntos importantes ao grupo. Família que é família se desentende também, mas a ligação é maior para que continuem juntos, da mesma forma que o grupo teria muito mais motivos para permanecer juntos, apesar das desavenças.
Quem nunca passou pela situação de brigas entre os Personagens dos Jogadores que fariam os personagens afastarem-se e cessar o grupo (de aventureiros ou de heróis) e convívio, não fosse o fato do metajogo – se nos separarmos não jogaremos em grupo – unindo-os. Claro que personagens que tivessem alguma grande ligação ou um objetivo importante prosseguiria junto, afinal a Sociedade do Anel não cessaria por briguinhas entre Gimli e Legolas, digamos, mas ao longo da campanha provavelmente surgem situações em que afastar-se seria mais lógico. Mas indivíduos se sentiriam compelidos a continuar junto de seus parentes apesar das desavenças, principalmente se começaram a se aventurar para resolver um problema da família (maldição, questão de herança, inimigo de gerações, etc).
E como citei no início do post, um dos grandes pontos fortes de fazer dos PJs parentes, é justamente o início da carreira de aventureiro. Além das possibilidades citadas acima, a primeira aventura poderia envolver encontrar o verdadeiro testamento do patriarca da família a recém falecido, ou ainda encontrar o paradeiro da prima Judith,que brincavam quando era crianças, mas que desapareceu misteriosamente há pouco tempo.
Enfim, apenas uma idéia que surgiu e parece boa para se tentar alguma vez. Afinal, se todo aventureiro tem uma pontinha de ciúme de sua ladina ou maga, imagina a briga na taverna que daria quando mexessem com sua irmã.
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